
VALORIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
Único Caminho Rumo à Cidadania
Por: Welinton R. Nascimento
CÂNDIDO SALES, 17/07/09
Para que o indivíduo se reconheça como cidadão em uma sociedade, a compreensão sobre o território se torna imprescindível. Conhecer a relação existente entre o nosso local de origem e a nossa relação com o mundo a partir deste é o primeiro passo na compreensão plena de cidadania.
As cidades do Norte e Nordeste do país que ao longo do tempo foram vitimadas pelo processo de expropriação sofrem sobremaneira as consequências decorrentes da desvalorização territorial e perda de identidade do povo dos seus municípios por conta do processo migratório e a apatia do poder público dessas cidades.
Essa limitada percepção sobre a temática que envolve a discussão à cerca da questão territorial inviabiliza ações as quais dependem da participação da comunidade para sua efetivação. A problemática do meio ambiente, por exemplo, tem encontrado grandes impedimentos, pois, o enfrentamento desta questão só poderá ser feito se as comunidades envolvidas aderirem à causa e para isso ocorrer, é necessário que tais comunidades possuam a percepção de que o problema ambiental que por ora tem tomado o centro de todos os debates que envolvem desenvolvimento e sobrevivência é na verdade de responsabilidade dos respectivos municípios que ao longo de décadas vem explorando os recursos naturais de maneira equivocada e desrespeitosa. A educação ambiental acaba sendo dessa maneira, o meio mais viável para que se encontre possíveis soluções ou paliativos que possam atenuar as consequências decorrentes do mau uso do meio ambiente.
Esse paradoxo enfrentado hoje pelo Brasil onde o país tem a necessidade de desenvolver-se economicamente e ao mesmo tempo a missão de cumprir a sua legislação ambiental, pois apesar de um histórico de devastação de desrespeito ao meio ambiente o Brasil se apresenta para o mundo como um paradigma fundamental em questões que envolvem ecologia e fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis no mundo.
Quando essa realidade é vista sob o prisma de cada região do país, os desafios se tornam ainda maiores. A região Nordeste, por exemplo, por não ser referência em industrialização e geração de riqueza para o país fica em segundo plano nas discussões nacionais que envolvem questões ambientais, ficando dessa maneira, os latifundiários livres para determinar os rumos econômicos e ambientais dos municípios que compõem tal região. O baixo nível educacional aliado a um sistema político remanescente do coronelismo com seus métodos degradantes de fazer política, remetem os municípios a mergulharem em um atraso social, ao enfraquecimento das instituições e conseqüentemente ao descaso por parte da população, por não acreditarem na possibilidade de livrar-se de tais mazelas. Pessoas pobres e sem instrução que dependem do emprego público e do trabalho na maioria das vezes escravo, proporcionado pelos latifundiários e sonegadores que por sua vez, são financiadores dos políticos locais. Ignorar esse aspecto é simplesmente chover no molhado, é ignorar os fatos e fazer uma política social e ambiental para inglês ver, na prática não existem propostas sérias para o enfrentamento efetivo do problema na nossa região nordeste.
O município de Cândido Sales é um forte exemplo nesse sentido, o 4º município que mais desmatou áreas de Mata Atlântica, vive sob a égide de políticos irresponsáveis e latifundiários inescrupulosos que lidam com o destino do povo de maneira cruel. Tais latifundiários são também atravessadores da agricultura familiar local que se vê ameaçada constantemente pelo o avanço de monoculturas como o eucalipto no interior do município, o que em médio e longo prazo resultará em mais expropriação ambiental. A negligência por parte do poder público municipal no sentido do reconhecimento da mandiocultura como principal cultura e meio fundamental de sobrevivência e permanência do homem do campo em suas respectivas propriedades é um reflexo disso. Percebe-se o equivoco e o crime explicito no momento em que as autoridades municipais, pela a ausência de uma contra-proposta para o enfrentamento da problemática ambiental, usam as políticas públicas para darem suporte àqueles que de maneira sádica destroem a vegetação e tiram a condição de permanência dos campesinos em suas propriedades. Enquanto forem mantidas essas práticas entre governos sem foco, políticos incompetentes e latifundiários famintos, certamente, o meio ambiente e essas populações estarão sendo sujeitados a falta de boas perspectivas. Não é a toa que o município de Cândido Sales apresenta-se no cenário nacional de uma maneira tão depressiva, tanto nos aspectos relacionados ao descaso com o meio ambiente, como também no alto índice de criminalidade e tráfico de drogas, porque quando não há um olhar dignificante sobre o território onde vive, naturalmente a desigualdade social acentua-se, concentrando riquezas de maneira ilegal nas mãos de poucos e condenando toda uma população à ausência de condições de sobrevivência em seu território de origem.
As cidades do Norte e Nordeste do país que ao longo do tempo foram vitimadas pelo processo de expropriação sofrem sobremaneira as consequências decorrentes da desvalorização territorial e perda de identidade do povo dos seus municípios por conta do processo migratório e a apatia do poder público dessas cidades.
Essa limitada percepção sobre a temática que envolve a discussão à cerca da questão territorial inviabiliza ações as quais dependem da participação da comunidade para sua efetivação. A problemática do meio ambiente, por exemplo, tem encontrado grandes impedimentos, pois, o enfrentamento desta questão só poderá ser feito se as comunidades envolvidas aderirem à causa e para isso ocorrer, é necessário que tais comunidades possuam a percepção de que o problema ambiental que por ora tem tomado o centro de todos os debates que envolvem desenvolvimento e sobrevivência é na verdade de responsabilidade dos respectivos municípios que ao longo de décadas vem explorando os recursos naturais de maneira equivocada e desrespeitosa. A educação ambiental acaba sendo dessa maneira, o meio mais viável para que se encontre possíveis soluções ou paliativos que possam atenuar as consequências decorrentes do mau uso do meio ambiente.
Esse paradoxo enfrentado hoje pelo Brasil onde o país tem a necessidade de desenvolver-se economicamente e ao mesmo tempo a missão de cumprir a sua legislação ambiental, pois apesar de um histórico de devastação de desrespeito ao meio ambiente o Brasil se apresenta para o mundo como um paradigma fundamental em questões que envolvem ecologia e fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis no mundo.
Quando essa realidade é vista sob o prisma de cada região do país, os desafios se tornam ainda maiores. A região Nordeste, por exemplo, por não ser referência em industrialização e geração de riqueza para o país fica em segundo plano nas discussões nacionais que envolvem questões ambientais, ficando dessa maneira, os latifundiários livres para determinar os rumos econômicos e ambientais dos municípios que compõem tal região. O baixo nível educacional aliado a um sistema político remanescente do coronelismo com seus métodos degradantes de fazer política, remetem os municípios a mergulharem em um atraso social, ao enfraquecimento das instituições e conseqüentemente ao descaso por parte da população, por não acreditarem na possibilidade de livrar-se de tais mazelas. Pessoas pobres e sem instrução que dependem do emprego público e do trabalho na maioria das vezes escravo, proporcionado pelos latifundiários e sonegadores que por sua vez, são financiadores dos políticos locais. Ignorar esse aspecto é simplesmente chover no molhado, é ignorar os fatos e fazer uma política social e ambiental para inglês ver, na prática não existem propostas sérias para o enfrentamento efetivo do problema na nossa região nordeste.
O município de Cândido Sales é um forte exemplo nesse sentido, o 4º município que mais desmatou áreas de Mata Atlântica, vive sob a égide de políticos irresponsáveis e latifundiários inescrupulosos que lidam com o destino do povo de maneira cruel. Tais latifundiários são também atravessadores da agricultura familiar local que se vê ameaçada constantemente pelo o avanço de monoculturas como o eucalipto no interior do município, o que em médio e longo prazo resultará em mais expropriação ambiental. A negligência por parte do poder público municipal no sentido do reconhecimento da mandiocultura como principal cultura e meio fundamental de sobrevivência e permanência do homem do campo em suas respectivas propriedades é um reflexo disso. Percebe-se o equivoco e o crime explicito no momento em que as autoridades municipais, pela a ausência de uma contra-proposta para o enfrentamento da problemática ambiental, usam as políticas públicas para darem suporte àqueles que de maneira sádica destroem a vegetação e tiram a condição de permanência dos campesinos em suas propriedades. Enquanto forem mantidas essas práticas entre governos sem foco, políticos incompetentes e latifundiários famintos, certamente, o meio ambiente e essas populações estarão sendo sujeitados a falta de boas perspectivas. Não é a toa que o município de Cândido Sales apresenta-se no cenário nacional de uma maneira tão depressiva, tanto nos aspectos relacionados ao descaso com o meio ambiente, como também no alto índice de criminalidade e tráfico de drogas, porque quando não há um olhar dignificante sobre o território onde vive, naturalmente a desigualdade social acentua-se, concentrando riquezas de maneira ilegal nas mãos de poucos e condenando toda uma população à ausência de condições de sobrevivência em seu território de origem.
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