
Os negócios da pequena empresa frente a sua concorrência
Por: Reginaldo M. Martins
Todo e qualquer tipo de negócio, seja ele, pequeno ou grande, sofre com o fator concorrência, mas na pequena empresa, este assombroso fantasma está mais próximo do que se imagina, muitas vezes se encontrando ao lado, ou ainda do outro lado da avenida, bem à sua frente. É comum empresas de mesmo ramo, ou de ramo diferente, possuindo um share [1] de produtos semelhantes, estarem instaladas umas próximas das outras.
Quem é que nunca reparou uma padaria, supermercado ou farmácia disputando acirradamente pela captação "a laço" de clientes transeuntes nas ruas, através de verdadeiros malabarismos em marketing? A proximidade é tamanha que o mínimo deslocamento disponibiliza aos consumidores um imenso acesso a várias lojas oferecendo um mesmo produto, com preços, qualidade e fatores agregados, praticamente igualitários.
Pode se conceituar a concorrência como pessoas físicas ou jurídicas produtoras e fornecedoras de mesmos produtos e/ou serviços, cuja quais atendem as expectativas de consumo de um grupo ou um tipo específico de clientela. Ainda definindo concorrência, KOTLER (2000, p. 244), a explana conforme segue:
...concorrentes são empresas que atendem às mesmas necessidades dos clientes. Por exemplo, um cliente que compra um processador de textos quer na verdade 'algo que lhe possibilite escrever' – uma necessidade que pode ser atendida por lápis, caneta ou máquina de escrever.
Diante de inúmeras fontes de aquisição de bens, e uma diversidade imensamente grandiosa de ofertas, como evidenciar os negócios das pequenas empresas, perante seus adversários comerciais? Quais oportunidades de negócio são apresentadas ao pequeno empreendimento para seu sucesso frente a um mercado globalizado, expandindo a concorrência a níveis mundiais?
Um termo enfático e muito discutido reflete bem a figura da concorrência, que contemporaneamente é conhecida com vantagem competitiva. E como a própria palavra demonstra, obter esta vantagem se torna primordialmente um fator de sobrevivência das pequenas organizações.
Obter vantagem, diante de um ambiente extremamente competitivo, aproxima as organizações da manutenção de seus negócios, fomentando o alicerce que sustenta a sua estrutura.
Alguns fatores direcionadores são tratados, quando se fala de vantagem competitiva, dentre eles podemos citar o trabalho de ZACCARELLI (2000, p. 92), que os define em cinco tipos:
vantagem competitiva por ter a preferência dos clientes/consumidores;vantagem competitiva por custos internos relativamente baixos;vantagem competitiva por custos externos relativamente baixo;vantagem competitiva por ter diferenciação no negócio ;vantagem competitiva por ter na empresa pessoas com extraordinária capacidade de localizar e aproveitar oportunidades de negócios.
A vantagem competitiva por ter a preferência dos clientes, esta ligada inteiramente a real preferência que os consumidores possuem aos produtos de uma determinada empresa com relação aos oferecidos pelos concorrentes.
Isso se deve ao simples fato que algo diferenciou o produto consumido em determinada empresa, sendo que esta diferenciação pode ser desde uma sazonalidade, causando falta de itens ofertados em outros estabelecimentos, ou mesmo observações negativas nas empresas concorrentes, cuja quais fazem com que estes mesmos clientes procurem novas ofertas, que supram os efeitos negativos da experiência anterior. ZACCARELLI (2000, P.92), exemplifica este tipo de vantagem competitiva da forma a seguir.
Não importa por que o cliente prefere nosso produto. Não importa se a preferência é racional ou irracional. Por exemplo: a preferência pode ser simplesmente porque "esta na moda" ou pode ser que nosso produto não tenha nada a ser destacado, mas os outros produtos concorrentes tenham destaques negativos...
As vantagens competitivas através dos custos internos e externos relativamente baixos tratam do seguinte:
No estudo dos custos internos, refere-se às execuções operacionais que determinam as organizações a terem menores custos "portão à dentro", para este ser revertido em forma de competitividade. Justificando, seria toda a movimentação organizacional interna, contemplando desde operações produtivas complexas como as não produtivas simples, envolvendo e direcionando a iniciativas para redução total de custos. Já no estudo de se obter vantagens junto aos custos externos, considera-se toda uma gama de fatores, que pode ser denominado como Interdependência Organizacional, referindo-se ao relacionamento que as empresas possuem com seus fornecedores, comunidade, investidores dentre outros terceiros envolvidos. Pode se expressar que estes são os tidos com custos de "portão a fora", ou seja, fatores externos ao meio organizacional, sendo influenciadores significativos nas operações internas. Exemplificando, citam-se a aquisição de insumos, trabalhos terceirizados e tendências mundiais.
A vantagem competitiva por ter diferenciação no negócio, e o tipo de observância de sucesso criativa, explicando: é o tipo de vantagem que uma organização adquire com a criatividade na implantação de processos, que revertam em melhorias de qualidade e melhor atendendo seus clientes.
Pode se exemplificar este com o fato seguinte: uma empresa do ramo de supermercado pode obter vantagem no setor de perecíveis, regionalizando seus fornecedores, pois este setor possui tempo mínimo de vida útil para comercialização de seus produtos, onde longas viagens podem danificar ou mesmo perder tempo de validade em determinados itens. Com a regionalização deste setor, as distâncias seriam encurtadas, e a programação de compras teria flexibilidade no que tange sua programação, pois possuindo parceiros próximos, as respostas são mais rápidas, e os produtos são mais frescos.
ZACCARELLI (2000, P.98), define este tipo de vantagem assim:
A vantagem competitiva por diferenciação no negócio verifica-se quando uma empresa obtém vantagem sobre os concorrentes ao mudar a forma de negociar com fornecedores e/ou distribuidores sem alterar o produto.
A última, vantagem competitiva por ter na empresa pessoas com extraordinária capacidade de localizar e aproveitar oportunidades de negócios trata do principal, questionável e misterioso fator existente nas organizações, a gestão das pessoas.
As empresas detêm temporariamente pessoas que fazem com que todas as atividades aconteçam, e geralmente alguns talentos que estas organizações possuem, refletem em vantagem competitiva a todo o momento.
O termo empreendedorismo corporativo, é evidência em alguns colaboradores, que transformam com seus trabalhos, resultados significativamente extraordinários para suas organizações, em termos de inovação, tecnologia e conseqüentemente, em resultados financeiros.
Estes talentos possuem visão para as oportunidades, além do comprometimento evidente com novas idéias para a colocação de determinadas atividades práticas, identificando momentos oportunos para que estas sejam implementadas.
A existência deste tipo de pessoal, também exige das empresas maior compromisso com seus, pois subsídios para a permanências destes talentos devem co-participar desta relação, pois devido à carência de profissionais deste gabarito, a flutuação e procura por estes é gigantesca, evidenciando junto às organizações, processos de participação destes colaboradores, aliados a profundas formas de retenção destes talentos humanos.
CHIAVENATO (1999, p. 345), assim relata sobre manutenção de pessoas:
Do ponto de vista de Gestão de Pessoas, a organização viável é aquela que não somente consegue captar e aplicar adequadamente os seus recursos humanos, como também os mantém satisfeitos a longo prazo na organização. A manutenção de pessoas exige uma bateria de cuidados especiais, entre os quais sobressaem os estilos de gerencia, as relações com os empregados e os programas de higiene e segurança do trabalho.
Tendo tratado, de forma individual, de cada tipo de vantagem competitiva para que os pequenos empreendimentos possam embasar suas decisões, um esclarecimento relevante é importante: as pequenas organizações devem estar atentas ao seu mercado, posicionando e utilizando em determinados momentos e ocasiões, a melhor forma competitiva apresentada anteriormente, considerando quais delas podem ser usadas e qual a disponibilidade e abrangência destes para com as suas empresas. Então não há receita pronta, mas sim pequenos formatos de como introduzir e utilizar meios para se tornar uma pequena empresa com grandes estratégias competitivas em termos de concorrência.
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