24 de jan. de 2013








INVESTIMENTO DE US$ 3.5 BILHÕES NOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E BAHIA

O distrito férreo do Norte de Minas Gerais, também conhecido como Projeto Vale do Rio Pardo é desenvolvido pela subsidiária direta da Votorantim Novos Negócios- VNN, a Sul Americana de Metais S/A, que é uma empresa direcionada à extração de minério de ferro e que já atua em diversos municípios do estado de Minas Gerais desde sua criação em 2006, a sede da SAM fica em Salinas, cidade do Norte de Minas Gerais. Votorantim atuará como co-gestora do projeto até a entrada de operação do empreendimento.

1.0 O PROJETO:

Desenvolvido em formato integrado, o projeto constitui-se de mina, unidade industrial, mineroduto e porto. É um projeto de porte mundial onde está previsto a existência de pelo menos 2,44 bilhões de toneladas lavráveis do minério, em apenas um dos blocos no total de 07, essa quantidade de minério é suficiente para garantir a extração por pelo menos 25 anos. O projeto Vale do Rio Pardo traz um novo paradigma para o desenvolvimento social e econômico da região, que possui um dos índices de IDH mais baixos do Brasil. Apesar de o projeto atingir 21 municípios: 09 em Minas Gerais e 12 na Bahia, os municípios de Grão Mogol e Padre Carvalho no Norte de Minas serão os mais impactados com o empreendimento, pois os mesmos estão situados no denominado Bloco 08, onde está a fonte do minério de ferro. Esses dois municípios que atualmente sobrevivem do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, ficarão com 65% dos impostos gerados com a extração do mineral, sendo que este valor deve ser investido integralmente em educação, saneamento básico e meio ambiente.

1.1 MUNICÍPIOS IMPACTADOS:

 Com uma população de 1.022.307 habitantes os 21 municípios que estão na rota do empreendimento apresentam entre si características muito semelhantes em relação a aspectos sociais e econômicos: sobrevivem das transferências constitucionais e da agricultura de subsistência que é pouco fomentada pelas gestões municipais. A mina e a unidade industrial estão situadas nos municípios mineiros de Grão Mogol e Padre Carvalho, os outros 19 municípios integram o projeto por meio do mineroduto e porto, no caso da cidade de Ilhéus no litoral baiano. O mineroduto é uma espécie de tubulação metálica (aço) que fica, quase em sua totalidade, enterrado em uma profundidade entre 0,8 e 1,5m será utilizado para transportar minério em forma de polpa (70% de minério de ferro e 30% de água), até o porto. São 482 km de mineroduto sendo este desenvolvido em uma faixa de terra de 30m de largura que vai de Grão Mongol-MG a Ilhéus-BA, o mineroduto será construído na parte central desta faixa de terra, ficando aproximadamente 15m para cada lado. A escolha por esta modalidade de transporte se deveu a vantagens ambientais e, principalmente, a redução no custo de transporte do minério por tonelada, que se fosse transportado por estrada de ferro, aumentaria de US$ 0,8 para US$ 15,00 por tonelada o que inviabilizaria o empreendimento. O IDH médio das cidades envolvidas no projeto é de (0,645), sendo que os melhores indicadores estão em cidades do Estado da Bahia: Vitoria da Conquista (0,708), Itapetinga (0,700), Itabuna (0,748) e Ilhéus (0,703). Para alguns especialistas esses municípios terão o dinamismo econômico afetado profundamente de maneira positiva, pois os investimentos trarão infra-estrutura para o entorno do projeto e naturalmente criará possibilidade para entrada de outras empresas.
Além disso, o projeto possui programas que visam capacitar mão-de-obra local e fazer a compensação sócio-ambiental na área impactada pelo projeto, tal cenário trará aos gestores municipais novas perspectivas para o desenvolvimento dos seus territórios e região. É tempo da aptidão de cada município despontar-se, temos oportunidade de desenvolvimento de maneira sustentável.         

1.1.1 Minas Gerais:

Em se tratando de densidade demográfica, as 09 cidades mineiras totalizam uma população de 125.861 habitantes e têm um IDH médio de 0,638, sendo elas Grão Mongol, Padre carvalho, Fruta de Leite, Novo Horizonte, Salinas, Taiobeiras, Berisal, Curral de Dentro e Águas Vermelhas.  

1.1.2 Bahia:

A densidade demográfica, das cidades baianas é de 896.446 habitantes e têm um IDH médio de 0,649, sendo elas Encruzilhada, Cândido Sales, Vitória da Conquista, Ribeirão do Largo, Itambé, Itapetinga, Itaju do Colônia, Itapé, Ibicaraí, Itabuna, Barro Preto e Ilhéus.
A estimativa de produção do empreendimento é de 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O período mínimo de vida útil é de no mínimo 25 anos, o projeto tem um investimento previsto de 3,0 Bilhões de dólares e prevê o início das operações pelos meados de 2015 (números em revisão). É uma oportunidade significativa dos municípios envolvidos desenvolverem projetos para curto, médio e longo prazo. Os novos gestores podem entender o projeto Vale do Rio Pardo como um bônus a mais para o desenvolvimento municipal.

 1.2 OPORTUNIDADES:

O projeto trará à região oportunidade nos aspectos sociais e econômicos, por meio do fortalecimento das economias locais, podendo alguns municípios serem fornecedores diretos do empreendimento, além das parcerias que devem ser desenvolvidas visando qualificar mão-de-obra local e todas as políticas compensatórias que serão desenvolvidas nos mais variados setores das comunidades afetadas.   

1.2.1 Compensações Ambientais

Sugestão no EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) de direcionamento das compensações ambientais para os estados de MG e BA. Esses recursos poderão viabilizar projetos nos municípios envolvidos.

1.2.3 Geração de Empregos

·         9.000 empregos diretos – Implantação (2014);
·         2.000 empregos diretos – Operação (a partir de 2015);
·         9.000 empregos indiretos – Operação (a partir de 2015);
·         Programas de qualificação profissional;
·         Programa de capacitação de fornecedores.

1.3 FASE ATUAL DO PROJETO:

Após a pesquisa mineral ser desenvolvida e ser confirmada a existência de qualidade e quantidade suficientes para realizar o empreendimento, hoje o projeto encontra-se em um rigoroso processo de licenciamento ambiental. Os empreendedores estão com Licença Prévia, que é conseqüência de estudos socioeconômicos, bióticos e físicos que compõem o EIA-RIMA elaborado pelos técnicos vinculados a SAM, segundo os estudos 58% do ambiente impactado pelo empreendimento é antrópico. Atualmente vem sendo realizadas audiências públicas em alguns dos municípios envolvidos, iniciativa da empresa, pois embora tenha estabelecido um período formalmente para a solicitação de audiências públicas por qualquer instituição, nenhum dos municípios envolvidos solicitou audiência durante o tempo estabelecido.     

1.3.1 Audiência Pública no município de Cândido Sales-BA

Por iniciativa da SAM realizou-se no dia 23/01/2013 a partir das 19:00 hs no Centro Recreativo Espigão no município de Cândido Sales-Ba. Técnicos da SAM, representantes do IBAMA e o vice-prefeito da cidade compuseram a mesa de debatedores da audiência, também estiveram presentes moradores e diversas autoridades de alguns dos municípios que integram o projeto. Nesta audiência, após explanações sobre o Licenciamento Ambiental feito por técnico do IBAMA, o projeto foi apresentado de maneira integral aos participantes por meio de 02 vídeos que sintetizaram as fases pelas quais o projeto passou até agora, após esse momento, foi dado intervalo de quinze minutos, onde os participantes puderam elaborar perguntas e solicitar os esclarecimentos a respeito do projeto Vale do Rio Pardo, direito de todo cidadão nessas circunstâncias. Houve questionamento de diversos tipos mais foi possível perceber que a maior expectativa dos moradores é principalmente com os empregos que serão gerados com o empreendimento. As pessoas queriam saber quais os tipos de profissionais que serão demandados pela SAM, como serão selecionadas as pessoas para trabalharem e de que maneira ocorrerá a capacitação da mão-de-obra local. Sobre os aspectos relacionados ao meio ambiente e o impacto em si, não foi trazido de maneira relevante ao debate, mesmo porque a platéia era constituída de leigos em sua maioria e para fazer tais questionamentos seria necessário certo conhecimento técnico.

Essa preocupação dos moradores com os empregos que serão gerados pela empresa nos 21 municípios é natural por se tratar de uma região carente e possuir alto índice de desemprego, sendo a transferência de renda do governo federal (Bolsa Família) a única fonte de renda para grande parcela da população desses municípios, principalmente os do Norte de Minas Gerais e os da região Sudoeste da Bahia. Os empregos existentes nessas cidades estão ligados, na sua maioria, com a administração pública, em algumas situações o desemprego chega 50% da população economicamente ativa. No município de Cândido Sales, por exemplo, tem 73% da população vinculada ao Cadastro Único do Governo Federal.

O mineroduto da SAM passará em um trecho de 15,2Km no município de Cândido Sales nas proximidades do Rio Pardo. Segundo informações dos técnicos para construir esse trecho do duto, a empresa não gastará mais de 03 meses e o impacto seria mínimo, pois o mineroduto será instalado no subsolo e não impedirá o desenvolvimento de culturas que não possuem raízes profundas na área onde estiver passando o minério. É preciso que fique claro à população que as vantagens que podem ser geradas pelo empreendimento da SAM não se limitam aos empregos diretos que serão gerados, existe uma grande expectativa quanto a intervenção socioeconômica que será realizada por meios dos projetos da empresa através de parceria com as gestões municipais, de modo que o município que tirará mais proveito desse novo paradigma será aquele que detiver a melhor capacidade de organização social, e é necessário, dessa maneira, identificar e potencializar as aptidões dos municípios no sentindo de viabilizá-las por meio de projetos sustentáveis. O grande desafio é valorizar o território do município e organizar a gestão municipal de modo que facilite o estabelecimento de diálogo entre o município e as empresas envolvidas. Os municípios não devem ser limitar à visão pontual nos empregos que poderão ser gerados, é necessário pensar no desenvolvimento amplo que pode ser obtido por meio desta oportunidade, sendo possível desenvolver políticas públicas sob a tutela da iniciativa privada o que garantirá os seus resultados. Os municípios precisam de projetos ousados e o menos medíocre possível.        

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