9 de mai. de 2013


UMA DEMOCRACIA DESIGUAL

A melhor forma de o Brasil demonstrar consideração pelo seu interior, excelente alternativa nas férias, onde encontramos os nossos encantos de bem-viver, é lutar para que os brasileiros de lá tenham o que a lei já os assegura, é incontestável que a intensidade da democracia varia para menos à medida que se avança do litoral para o interior, e principalmente do sul para o norte do país. Esse aspecto não pode ser mais ignorado pelas instituições brasileiras.

O país desde o processo de formação de sua sociedade, a partir da colonização com propósito exploratório promovido pela monarquia portuguesa do século XVI não foi capaz de equacionar os problemas gerados pelo processo desigual e muitas vezes exploratório de massas na formação da sua economia, com o uso da mão-de-obra escrava de negros e indígenas da época da exploração do pau-brasil, açúcar, cacau e ouro. As elites do país tiveram desde esses tempos, vantagens advindas de processos injustos. Esse traço social existe e não pode ser ignorado pela saliência da cicatriz deixada, de modo que ainda hoje no século XXI essa mesma lógica do capitalismo exploratório e desumano é o meio de formação de patrimônio e consequentemente de poder em nossa injusta democracia. É inegável que o Brasil vive outro momento da sua história e que somos uma democracia pujante em seu conjunto, mas pelo fato de o processo civilizatório promovido pela democracia não atingir a todos de maneira equânime, muitas distorções ocorrem no processo democrático brasileiro, principalmente no interior do país onde o esclarecimento democrático ainda não está banalizado. O Brasil mesmo sendo uma das maiores democracias do mundo, constituído pela unidade das federações regida por uma Constituição humanística possui municípios onde os instrumentos públicos são utilizados para a implantação de verdadeiras ditaduras, a ditadura do interesse próprio que é alimentada pela ignorância e a miséria do concidadão. Embora saibamos que este tipo de ditadura no país não vigorará em médio e longo prazo em detrimento da força do conjunto, é vergonhoso saber que elas existem e utilizam os mesmos métodos medievais de benefícios a castas como se vivenciou na França do século XVIII.

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