2 de jan. de 2013



VALORIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
Desenvolvimento Sustentável uma Alternativa para Economia Local

Por: Welinton Rodrigues





PADRÃO SUL CONSULTORIA - (reeditado) 

As informações divulgadas no último dia 26 de Maio sobre o avanço do desmatamento nos remanescentes de Floresta Atlântica, áreas pulverizadas de mata que representa o que foi a grande floresta atlântica que ao longo da história deste país tem sofrido os impactos do desenvolvimento urbano e as consequências da proposta capitalista de vida. Essas áreas compõem hoje os 7%, por hora combalidos, da Floresta Atlântica.
A divulgação de tais informações serviu para alertar mais uma vez a sociedade brasileira sobre a nossa eminente necessidade de educação ambiental, pois apesar de todo um arcabouço legal hoje existente, essas áreas protegidas são invadidas de maneira desrespeitosa através de um sistema de extração predatório e insustentável. Dos 17 Estados onde a Mata Atlântica ocorre foi feita avaliação sobre dez deles (BA, GO, MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS), onde foi observado o avanço do desmatamento entre os anos de 2005-2008/ 2008-2009, os municípios que compõem tais Unidades da Federação foram também, objetos dessa análise, podendo ao final da pesquisa estabelecer um ranking dos municípios que mais desmatam. Dos municípios que formam essa lista o de Cândido Sales ocupa a quarta posição em nível nacional e segundo lugar no Estado da Bahia. O que dever ser visto por nossa sociedade como um motivo de reflexão sobre a proposta de exploração econômica dos recursos naturais deste município, o detalhamento da pesquisa feita pelo INPE serve para que tenhamos uma visão mais local das agressões sofridas pelos remanescentes de floresta atlântica, podendo servir de ferramenta para Gestores e Legisladores na busca de soluções em forma de proposta alternativa de desenvolvimento, abandonando a prática de exploração irracional dos recursos que compõem o território do município.
Ao longo desses 50 anos de emancipação do município de Cândido Sales, não se vê claramente um processo consolidado de valorização do território e uma proposta consistente de desenvolvimento. Mesmo fazendo parte de uma das Regiões mais pobres do país, isso não pode ser justificativa para a imobilidade social desse município, logo isso não pode continuar sendo desculpa para o não enfrentamento da realidade na busca de soluções para o convívio e permanência da população no município de Cândido Sales. Essa falta de foco e objetividade de ação por parte dos governantes públicos que passaram até o presente momento pela administração do município é sim o reflexo do baixo índice educacional e conseqüentemente da alienação dos votos dos munícipes. Romper essas barreiras na busca de soluções realistas e sustentáveis para a Cidade de Cândido Sales, em oposição a desestrutura que se encontra hoje, deveria ser o compromisso daqueles que a população elegeu para serem seus representantes. Persistir com o modelo econômico atual onde a ilegalidade, a desorganização e a falta de proposta de longo prazo dominam é condenar todo um povo a estar sujeitado a um sistema de migração ininterrupto, pois a falta de condições para se manter no município os expulsa, principalmente para os estados da Região Sudeste do país onde esses buscam por meios de sobrevivência. Sabe-se do desafio encontrado por gerações inteiras que ao longo desses anos persistem nessa “morte e vida severiina” – Famílias de Cândido Sales, que por conta do processo de expropriação ambiental encontram-se espalhadas por todo território nacional. Todos os brasileiros têm, assegurados pela Constituição Federal o direito de ir vir, mas nessa mesma carta magna, estabelece-se que o território cujo indivíduo é originário deve criar condições para que suas populações tenham meios dignos de sobrevivência, e se reconheçam brasileiros a partir do seu lugar de origem. No caso do município de Cândido Sales, as ações sem alvo e a falta de propostas por parte dos agentes públicos ao longo de todos esses anos, condena o povo a um sistema assistencialista e dominador, impedindo os indivíduos de aproximarem-se da dignidade humana e proporcionarem a grande transformação social necessária às demandas percebidas nesse município.
Mas ainda há esperança no sentido da mudança desses paradigmas e substituição desses modelos que hoje condenam os municípios pobres do Brasil. O país possui um planejamento de longo prazo, com ações de curtíssimo prazo que vêm proporcionando uma outra dinâmica em todas as regiões da nação. O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, instrumento do Governo Federal para o melhoramento da infra-estrutura do país e minimização das desigualdades regionais, é uma estratégia de desenvolvimento racional que assume, em cada Região um propósito diferente fazendo investimentos de acordo com as demandas apresentadas. Nas regiões mais pobres do país, a Norte e Nordeste, esse programa, além de proporcionar os investimentos necessário à melhoria da economia, também procura fazer, por meio de políticas compensatórias um resgate das populações que se encontram à margem da sociedade brasileira. Dessa maneira o Programa do Governo Federal, atende todos os territórios da nação não cometendo nenhum tipo de ato discriminatório. Porém o que ser vê é que cada Região, a depender do seu nível de organização social, apresenta um avanço específico em face às oportunidades que surgem.
Certamente as regiões onde lideranças políticas, instituições públicas e a própria sociedade não respondem a contento aos avanços da sociedade brasileira, o desenvolvimento não ocorre como deveria. A necessidade de uma visão técnica e racionalista – associada à educação do lugar – é imprescindível para que se perceba as oportunidades reais de cada município, identificando assim as aptidões dos mesmos. Com a evolução tecnológica que temos sofrido ao longo dessa última década, elemento determinante para que o Brasil começasse a sua caminhada rumo ao reconhecimento Mundial. Precisa-se, portanto, que esse sentimento domine todos os brasileiros, para que os desafios sociais e ambientais sejam superados e esta nação atinja novos patamares de desenvolvimento social e econômico. O município de Cândido Sales deve ter consigo o sentimento de pertencimento a uma pátria, e caminhar na direção sugerida pelo país, não insistindo na permanência a um sistema falido de sociedade. É necessário identificar meios sustentáveis para obtenção de riquezas e melhoria da qualidade de vida da população. E para isso ocorrer a mudança de atitude deve ser imediata, pois a cada dia que se passa oportunidades são perdidas pelos candidosalenses. É necessário que haja por parte das autoridades políticas a sensibilidade no sentido de propor condições de nivelamento da gestão municipal com as propostas do país, caso não haja condição técnica para isso, deve-se ter o bom-senso de buscar pessoas competentes para que assim o faça. O que não pode persistir, certamente é o descaso pelo território municipal.

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